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Quem quer ser um milionário?


Se retirarmos todas as semelhanças - movimento de cameras, fotografias e flashbacks de crianças e sua vida de cão - entre Quem Quer Ser Um Milhonário? e Cidade de Deus (2002), temos uma narrativa que se situa entre a curiosidade das produções ocidentais que buscam a trajetórias de herois, o mais originais possível, e a fantasia pura dos roteiros Bollywoodianos. Ao mostrar a vida de Jamal Malik, o menino do Chá (equivalente à nossa moça do cafezinho) que está prestes a vencer o programa Who Wants To Be a Millionaire? (o Show do Milhão deles), Danny Boylle enquadra a mais complexa desigualdade. Rodado em uma favela de Mumbai, temos uma Índia que não está nos cartões postais - é a nação calcada na fé em seus deuses. Mas que, diariamente, convive com a mais profunda desgraça diaria, talves por isso cause espanto quando locais não reconhecem o Taj Mahal e roubam os sapatos dos visitantes (que lá entram descalços) para vender nas ruas. Com a maior cidade indiana como pano de fundo, as cenas escancaram a eterna luta do 3° Mundo contra o "mundo dos sonhos". Mas mesmo ambientado num cenário inóspito, Quem Quer Ser Um Milionário?, também tem espaço para focar em sentimentos valiosos: o personagem conta sua fábula triste e deixa transparecer uma busca obistinada por amor verdadeiro, personificando na figura da orfã Latika. Então, além da crítica social, temos romance, torcida e lágrimas alegres. E, como nas boas sessões da tarde indianas, tudo acaba em dança. Humpf, contei o final.

Autor: Ademir Correa, Revista Rollingstone.

 
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